"A transparência da procura de mim mesmo."

terça-feira, 28 de julho de 2009

Passa Tempo




Eita tempo que passa sem parar!
Eita...
A gente passa
Sem perceber
A gente muda
Sem notar
A gente briga
Sem ver
A gente beija
Se beija.

E o tempo passa
Mesmo quando deveria parar
Quando não deveria existir
(quando estou com você)
Ah, nessa hora eu queria ser o Dono do Tempo
Senhor das Horas
Ou qualquer outra coisa que fizesse os minutos
(que estou ao seu lado)
Serem eternos.

E a passar, continua o tempo
Até mesmo quando você não me dá atenção
E é nesse momento que eu queria que ele
(o tempo)
Voasse
Acelerasse
Tão rápido que...

Quando for embora
Vou querer que o tempo morra
Junto com meu coração
Minha alma
Minha inspiração
E que eu possa renascer
(no tempo certo)
Do amor
De todo amor que sinto por você.




Luis Lima
depois publico a data
Itatiaia-RJ


Foto por Luis Lima

Interrupção (Linda)


Foi em quem não lhe teve
Que eu vi a mãe
A esposa
Na infinitude do que seríamos nós

Sou quem não se obteve
Que choraminga "são"
A escolha
Na infinitude de que seríamos nós

Se eu não sonhasse
Talvez seria normal
Se eu não sentisse
Caso, não veria o caos
Linda, e se você viesse?
Acho que eu não estaria mal


Luis Lima
22 e 28, julho, 2009
Penedo - Itatiaia - RJ




Foto por Marcella Dias

Vazio


Quero saber quanto tempo falta pra te esquecer
Quero saber quanto tempo falta pra te esquecer
Pra preencher de vez esse vazio
Por outro de não querer mais você
Por um novo sentido
Um motivo
Pra levantar às seis
Ou se deitar às dez
Ou se matar às três.

*Canção
Foto por Marcelo Dertonio

Letra: Lu Lopes e Angelo Tramezzino
Música: Alexandre Pereira e Luis Lima


Em um dia, que já nem me lembro qual, resolvemos compor...
Éramos quatro poetas embriagados de inspiração... e deixamos a melancolia transbordar na euforia da composição.
Uma triste canção nasceu. Triste e bela.
Espero poder, logo, colocá-la aqui em áudio.
E apesar de ser um pouco suicida, demos boas risadas compondo essa canção.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A Fúria da Beleza


Vou cantar pra você a minha dor
Você sabe, eu sei, mas está tão diferente amor
A Beleza se foi, me deixou o rancor
Confesso, me tornei coisa sem valor
E sem perdão estou.

Vou contar pra você por onde vou
Sinto-me falecer a cada segundo que aqui sou
Cama sem você, o sentido acabou
Entendo, mas não sei se viver eu vou
Sem você amor.

Luis Lima
26, junho, 2009
Itatiaia - RJ

*Canção
Foto por Marcella Dias



O título desta canção é em homenagem a Elisa Lucinda.
Esse é o título de uma poesia sua (que também dá nome ao livro).
Adorei a frase! Acho que traz infinitas possibilidades.
"A Fúria da Beleza" pode ser algo bom ou ruim, feliz ou triste... mas nunca deixará de ser bela.

Despedida



A Beleza foi embora e, com ela, tudo se foi...
A alegria do canto, o acalanto
E o espanto de ser tão feliz ao despertar
Se foi a cor daquele beijo
Se foi a paz e todo almejo
E a escolta daquele olhar

Não, não haverá mais música
Não haverá mais a dança
Nem haverá mais carnaval
A lembrança passa a ser dura
Corta a carne, desfigura
E transforma tudo o que foi bom em mal

A Beleza se foi
E, com ela, tudo de bom em mim também.





Luis Lima
Inverno em meu peito, 25, junho, 2009
Penedo, Itatiaia - RJ


Foto por mim

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Minha Casa




é mais fácil cultuar os mortos que os vivos
mais fácil viver de sombras que de sóis
é mais fácil mimeografar o passado
que imprimir o futuro
não quero ser triste
como o poeta que envelhece
lendo maiakóvski na loja de conveniência
não quero ser alegre
como o cão que sai a passear com o seu dono alegre
sob o sol de domingo
nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda
quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas
 
minha casa
amoras silvestres no passeio público
amores secretos debaixo dos guarda-chuvas
tempestades que não param
pára-raios quem não tem
mesmo que não venha o trem não posso parar
veja o mundo passar como passa
uma escola de samba que atravessa
pergunto onde estão teus tamborins
pergunto onde estão teus tamborins
sentado na porta de minha casa
a mesma e única casa
a casa onde eu sempre morei 

(Zeca Baleiro)



Foto por mim


canção da estrada. apesar do aparente desencanto, é, aos meus olhos (e ouvidos) uma canção de esperança.



quinta-feira, 16 de julho de 2009

Jardim



Para sentir o perfume de minhas flores


Terás que me compreender, me ver
E quem sabe até me provar
Pois, meu jardim, eu carrego em mim.



Luis Lima
"Não lembro a data"
Penedo - Itatiaia - RJ


Foto por mim

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Caminho Meu.

Fotografia de Luis Lima
Já vou voltar pra casa
Aqui não deu em nada, o meu querer
Já vou voltar pra casa
Por meu pé na estrada, que é pra eu me ver

Vou nesse caminho meu
Que nem sempre amanheceu
Mas muito me deu
Vou nesse passo, devagar
Quero ver onde vai dar
O destino que nasceu

Já vou voltar pra casa
Pois não tem mais graça sobreviver
Já vou voltar pra casa
Pedra, pó e traça eu não quero ter

Vou renovar o meu amor
Reciclar aquela dor
Transformá-la em alguma cor
Vou, que esse moço já entendeu
Que se a Terra se moveu
Foi, demais, em meu favor

Já vou voltar pra casa
Lá tem quem me abraça e eu volto a ser
Já vou voltar pra casa
Por o pé na estrada e renascer



Luis Lima
13, julho, 2009
Parque do Flamengo - RJ