"A transparência da procura de mim mesmo."

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Caminho Meu


Esse poema que publico hoje foi o primeiro que "postei" nesse blog.
Na verdade, foi por causa dele que tive a ideia de iniciar "O Caminho Meu". 
Dessa vez, ao invés de usar a foto da primeira publicação (14/07/2009), achei melhor casar o poema com uma fotografia da mais nova parceira, Ana Carolina Junqueira.
Logo, quando terminei o poema, fiz uma canção. Que, em breve, estarei publicando aqui.
Lendo ele, hoje, achei que era um bom momento para  a "republicação".


Fotografia de Ana Carolina Junqueira

Já vou voltar pra casa
Aqui não deu em nada, o meu querer
Já vou voltar pra casa
Por meu pé na estrada, que é pra eu me ver

Vou nesse caminho meu
Que nem sempre amanheceu
Mas muito me deu
Vou nesse passo, devagar
Quero ver onde vai dar
O destino que nasceu

Já vou voltar pra casa
Pois não tem mais graça sobreviver
Já vou voltar pra casa
Pedra, pó e traça eu não quero ter

Vou renovar o meu amor
Reciclar aquela dor
Transformá-la em alguma cor
Vou, que esse moço já entendeu
Que se a Terra se moveu
Foi, demais, em meu favor

Já vou voltar pra casa
Lá tem quem me abraça e eu volto a ser
Já vou voltar pra casa
Por o pé na estrada e renascer



Luis Lima
13, julho, 2009
Parque do Flamengo - RJ

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Partida




Chegou a hora de partir
Como passam rápidas as horas
Quando a vontade é de não ir.
E como convencer meu coração
Que chegou o momento de partir?

Tenho que dá-lhe o ultimato
Dizer que o fim  já é, de fato, 
Uma determinação
Desse mundo que só gira pra frente, 
E que não para um minuto pra gente
Viver, sem tempo, uma grande paixão.

Chegou a hora de partir.
Levo comigo o som da sua voz, 
O gosto dos seus beijos 
E o cheiro do seu corpo,
Que fica grudado no meu 
Toda vez que cismam em se tocar.

Chegou a hora de partir
Guichê, passagem, horário,
Mochila, poltrona, bus, itinerário...
Longe, a silhueta do Cristo a sumir.
Aqui dentro algo em mim a esvair.
Mas permanece a esperança
De que, tudo que ficou,
Volte um dia  a existir.

Chegou a hora de partir.
Quando sentir saudade
Cante uma canção preferida,
Leia aquela velha poesia,
Contemple nossa fotografia...

Mas, se olhar bem, 
Verá que é dentro de você
Que existe um pedaço de mim.




Luis Lima
21, março, 2012
Tijuca - Rio de Janeiro
Outono



Nada melhor, para recomeçar com os trabalhos do blog, do que uma nova parceria.
Ana Carolina Junqueira é jornalista e mora em Volta Redonda - RJ.
Além de cinema, montanhas, viajem, escrever, juntar gente, observar o mundo e as pessoas, Ana gosta de "música que encanta, fotografia que canta e livro que fotografa".
Isso explica toda a poesia que me passa suas fotografias.
Adorei o bom gosto da Ana e a forma com que a fotografia vestiu o poema.
 E quem sabe, na próxima, eu não escreva um poema através de uma fotografia dela ?!


Para conhecer outros olhares de Ana Carolina Junqueira, clique aqui !







quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Meu coração


meu coração
bate sem saber
que meu peito é uma porta
que ninguém vai atender

quem sente
agora está ausente
quem chora
agora está por fora
quem ama
agora está na cama
doente
só corre e nunca chega na frente
se chega é pra dizer: vou embora
sorriso não me deixa contente

e todas as pessoas que falam
pra me consolar
parecem um bocado de bocas
se abrindo e fechando
sem ninguém pra dublar
eu já disse adeus
antes mesmo de alguém me chamar
não sirvo pra quem dá conselho
quebrei o espelho
torci o joelho
não vou mais jogar

meu coração
bate sem saber
que meu peito é uma porta
que ninguém vai atender


(Arnaldo Antunes / Ortinho)

Foto por Lu Gastão


Bem, como prometido, estou de volta com o blog. E com um visual novo!!!
Faltam alguns detalhes, mas eu já estou botando "O Caminho Meu" em ordem. Tentarei postar uma vez por semana. E depois veremos onde isso vai dar.
E pra recomeçar, uma música do Arnaldo Antunes (eu adoro essa letra). Eu estava ouvindo ela ontem e me deu uma vontade imensa de colocar ela aqui. O que acabou virando um start para eu voltar com o blog.
Sejam bem vindos! E apreciem sem moderação. 
Prometo que em breve uma poesia fresquinha estará enfeitando essa página.

sábado, 15 de maio de 2010

Outono


Hoje só
Distante do mundo
De todos
Perdido na inconsequência
Mal que me leva e não me traz

Hoje só
Lamento de tudo
Por todos
Perdido, sou a incompetência
Que me toma e me desfaz

Hoje me perco só
Sem rabisco
Sem fotografia
Sem minha pobre poesia
Sem esperança, nem vida

Vou me encolher em minha insignificância
E abraçar o frio que nem esse dia de sol consegue aquecer



Luis Lima
15,maio,2010
Mal de outono - Itatiaia -RJ

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Beijo



E de teus lábios,
assim que os meus puderem tocá-los,
verás que até o racional
torna-se relativo.
E terás, como eu,
a impressão de que o corpo volita
em um mundo estático,
onde o impulso é estimulado pela imensa troca de energia.
E ainda de olhos fechados
desejarás não abri-los,
recusando o desfecho,
por saber que nesse momemto,
logo após tua boca desencontrar a minha,
tudo voltará a sua normalidade racional.


Luis Lima
Itatiaia, 07 de setembro de 2003


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tarde


A melhor coisa que já me aconteceu
Faz tempo
Num parque
Os sons nas mãos
E a música em seu olhar
Era a tarde do início
Mas com o velho fascínio
O nosso bom e eterno jeito de amar.

O melhor dia que já me aconteceu
Passou o tempo
Faz parte
Dançávamos sãos
Sem previsão de dispersar
Era o começo, explícito
Por todos era visto
Esse nosso bom e sincero jeito de amar.




Luis Lima
10, agosto, 2009
Nostálgica tarde - Penedo - Iatatiaia - RJ


Foto por mim


terça-feira, 28 de julho de 2009

Passa Tempo




Eita tempo que passa sem parar!
Eita...
A gente passa
Sem perceber
A gente muda
Sem notar
A gente briga
Sem ver
A gente beija
Se beija.

E o tempo passa
Mesmo quando deveria parar
Quando não deveria existir
(quando estou com você)
Ah, nessa hora eu queria ser o Dono do Tempo
Senhor das Horas
Ou qualquer outra coisa que fizesse os minutos
(que estou ao seu lado)
Serem eternos.

E a passar, continua o tempo
Até mesmo quando você não me dá atenção
E é nesse momento que eu queria que ele
(o tempo)
Voasse
Acelerasse
Tão rápido que...

Quando for embora
Vou querer que o tempo morra
Junto com meu coração
Minha alma
Minha inspiração
E que eu possa renascer
(no tempo certo)
Do amor
De todo amor que sinto por você.




Luis Lima
depois publico a data
Itatiaia-RJ


Foto por Luis Lima